quinta-feira, 13 de maio de 2010

Síntese do debate sobre "Autenticidade e Transparência na Rede"

No âmbito da unidade curricular “Educação e Sociedade em Rede” foi desenvolvido um debate em equipa, centrado no tema “Autenticidade e Transparência na Rede”. O Professor António Teixeira moderou o debate, colocando algumas questões sobre o tema.

1- Em que medida a nossa identidade digital é um prolongamento da nossa identidade pública ou um campo alternativo de expressão de uma dimensão escondida da nossa personalidade íntima?

2- O perigo da fraude intelectual (ex.: plágio) aumentou com o advento da internet?

No que respeita à nossa identidade digital penso que a principal conclusão que podemos retirar do debate consiste na dificuldade existente em separar totalmente a nossa identidade digital da identidade pública. A identidade digital é uma construção nossa que, apesar de poder ser totalmente diferente de nós, o objecto final será o reflexo da nossa vivência em sociedade. Aqui entra o contexto da criação da nova identidade. Até que ponto seremos os mesmos no âmbito profissional, familiar ou social? As circunstâncias determinam a transparência da informação. Muitos optam por construir uma identidade baseada no que gostariam de ser, outros alteram apenas algumas características próprias e ainda existem os que assumem a identidade de outrem. O ciberespaço permite o anonimato e cabe-nos a nós decidirmos se o utilizamos ou não na construção da nossa identidade digital.

Relativamente à segunda questão, a equipa fez referência à existência de fraude intelectual muito antes do aparecimento da internet e que esta apenas veio facultar o plágio devido à capacidade e rapidez de acesso à informação. No entanto, a própria internet também permite a detecção de plágio com maior facilidade através de ferramentas de busca e filtragem. Em caso de desconfiança de plágio, podemos inserir parte de um texto num motor de busca e surgem-nos n locais onde podemos encontrar o texto ou obra completa. Para os professores, estas ferramentas auxiliam bastante na avaliação do trabalho dos alunos que, por sua vez, utilizam a internet como meio de pesquisa de informação e, muitas vezes, não constroem um documento próprio, limitando-se a utilizar a informação tal como a encontram. Cabe-nos a nós, professores, orientar os alunos para a utilização correcta da informação no processo de construção de um documento. Em suma, a internet funciona nesta situação para os dois lados: apesar de ser um meio acelerador da fraude, também facilita a sua detecção.

A segunda parte do debate prendia-se com o controlo e segurança da rede, tendo o professor lançado as seguintes questões:

3- É possível alguma entidade particular ou alguém (e se sim, qual ou quem) controlar a rede?

4- Em que medida a rede é segura e em que medida a informação nela partilhada é confiável? Quem o pode garantir?

A quantidade de informação que entra diariamente no Ciberespaço dificulta o seu controlo a nível global. Cada país pode fiscalizar o conteúdo, evitando a divulgação de conteúdo de carácter pornográfico, violento, de subversão governamental, extremismo religioso, racismo ou terrorismo. No entanto, isto põe em causa a liberdade de expressão e acesso à informação. A solução pode passar pelo desenvolvimento de um código de ética dos cibernautas que, enquanto utilizadores de um espaço aberto, são os principais responsáveis pela informação que nele circula.

No que respeita à segurança da rede e da informação nela partilhada, a equipa concordou que esta não é totalmente segura e de confiança. Cada utilizador é responsável pelo conteúdo que publica e pela utilização que faz dele. A velocidade a que circula a informação não permite o seu controlo pelo que o bom senso dos utilizadores deve ajudá-los a decidir se confiam ou não em determinada informação. O cruzamento de informação também pode ajudar na decisão mas corremos o risco de analisar a mesma informação errada em vários sítios. O conhecimento dos perigos da internet e da existência de informações não confiáveis é essencial pois conduz a que os utilizadores estejam conscientes da existência de erros, os possam detectar e verificar se a fonte de informação é fidedigna ou não.

1 comentário:

  1. Olá Isabel! :^)
    Acompanho as incursões teóricas e aprendizagens de alguns da turma há um tempinho e hj deu vontade de comentar esta interessante atividade. Penso que também podemos 'ver' além das aparências ao interagirmos virtualmente de modo comunicacional aberto, com 'escuta sensível' e ativa, aos sentidos que o Outro dá ao Mundo.
    De outro lado, alguns acham mais fácil se desvelar virtualmente, favorecendo tal leitura...
    Creio que neste cenário consumista, de vitrines e ilusões, estando 'corpo-a-corpo' com uma pessoa, conforme a vemos, ocorre o presenteísmo e falamos monólogos desencontrados.
    Já na comunicação online, se entramos em busca de 'autorias' que ajudem a colorir a existência do professorar [estando no que fazemos], se o Outro nos 'toca' de algum modo, se instiga ou mesmo desafia a novas buscas, as probabilidades de 'lermos' mais de sua essência pode fazer parecer que estamos diante de uma outra identidade... Também tem a questão ambiental que influencia nossas respostas...Podemos - sendo mais reativos - responder conforme a abordagem comunicativa...ou não?
    Já aconteceu de ao encontrar uma pessoa achar que não a teria 'escutado' em 'presença' física...
    Este seria um outro modo de perceber a 'identidade virtual'?! []s

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